terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Durante a gestação solo eu senti momentos de intensa solidão. Eu pensava como poderia estar tão só se, naquele momento, teoricamente, era o que eu estava mais acompanhada, pois carregava um serzinho dentro de mim. Desde que o exame tinha dado positivo parecia que aquele sentimento batia mais forte à minha porta. “Ou será que o fato de sentir por dois torna tudo mais aparente? Não sei. A verdade é que as alegrias são mais felizes e as dores são rascantes”, eu pensava.

A solidão de uma mãe solteira é mais aparente porque enquanto as outras estão com seus companheiros na sala de espera do obstetra ou no aguardo para fazer exames, nós passamos estas fases e outras tantas que culturalmente deveriam ser compartilhadas sozinhas. Nestes momentos, eu realizava um tetê-a-tetê mental com meu bebê para diminuir a sensação de abandono.
Outra armadilha para driblar esse sentimento era abrir as caixas onde guardava o enxoval, ficava mexendo nas roupinhas, revia as ultras e sonhava com meu bebê. Se ela mexia, sentia tudo o que eu sentia, se alimentava de tudo que eu comia e absorvia o O2 que eu respirava, então eu era, naquele momento, a pessoa mais importante para alguém, ou melhor, eu era capaz de gerar vida. Eu já não estava sozinha!

Sim, eu sentia falta de alguém para conversar, senti muito a falta de amigos, sintia muita falta de ir a igreja, congregar, mas a vergonha de me levar era mais forte – enjoada e com um barrigão de melancia – eu era o motivo de vergona e humilhações – devo ser má influência ou não devem saber em que lugar da mesa pôr a solteira de barrigão com pai de nome não revelado. Não, infelizmente não é o Mick Jagger. É porque ele não ama o filho, ele apenas tem um pouco de conciencia e se for para analiar bem, não tem onde cair morto e ainda me deu um pé na bunda após sentir na pele o peso de ser pai ou seja o valor em R$eal o peso do bolso. UM CARRO, UMA POSIÇÃO SOCIAL É MAIS IMPORTANTE QUE UM FILHO????

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